O perigo do uso excessivo de laxantes

Só quem tem prisão de ventre sabe o desconforto que é ficar vários dias sem ir ao banheiro. A barriga fica inchada e doída, a calça aperta, sem falar no mau humor.

Nessas horas, parece tentador ir à farmácia e comprar um desses laxantes que ficam até expostos nas prateleiras. Um ou dos comprimidos e pronto! Em poucas horas o problema está resolvido. Adeus dor e desconforto. Por enquanto…

Passam-se alguns dias e lá está a prisão de ventre de novo! O sentimento de “não quero passar por isso de novo” logo toma conta. Mas agora você já sabe a solução! E toma mais um comprimidos E mesmo se repete por algum tempo. Só que chega um momento em que apenas um ou dois comprimidos não são mais suficientes. E aí você três. E quatro. Até que um dia se dá conta de que não consegue ir ao banheiro sem tomar laxante!

Essa história parece familiar? Eu escuto diversas vezes em meu consultório. E a explicação para isso é simples.

Como já comentei por aqui, existem diversos tipos de laxantes, com diferentes mecanismos de ação.

Um tipo específico de laxantes – os irritativos ou de contato – provocam, a longo prazo, destruição de alguns nervos do intestino. Esses nervos são os responsável pela contração, pelos movimentos do intestino que empurram as fezes até a sua saída pelo ânus (isso chama-se peristalse). Então, quando usados em excesso, esses laxantes diminuem essa peristalse, dificultando a evacuação, fazendo com que sejam necessárias doses cada vez maiores para surtir algum efeito. O intestino fica viciado!

O que era para ser um remédio que ajuda a evacuação acaba se tornando um remédio que dificulta a evacuação. É o feitiço virando contra o feiticeiro.

Por esse motivo, devemos evitar ao máximo o uso prolongado desses tipos de laxantes. Podemos usá-los em algumas situações específicas ou por pouco tempo e sempre sob orientação médica. No geral, prefiro sempre o uso dos laxantes osmóticos. Cabe sempre lembrar que a base do tratamento da prisão de ventre são as mudanças alimentares (principalmente o aumento da ingesta de fibra e de água) e a prática regular de atividade física, como também já foi falado aqui no blog.

Mas e quem é dependente de laxante? O que fazer? Tem solução?

Sim! O primeiro passo é, sempre sob orientação médica, diminuir aos poucos o uso dos laxantes. Como no início isso pode ser bem difícil, podemos trocá-los por algum laxantes que não tenha esses efeitos colaterais e associar isso às mudanças alimentares e prática de atividade física. O ideal é que, ao final do tratamento, não seja mais necessário o uso de laxantes.

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